Vianna confronta secretário de saúde sobre atuações em relação a pandemia da Covid-19

Durante reunião solicitada pela CLDF, Vianna questionou demandas, à SES-DF, não respondidas, contaminação de Covid-19 na UPA Samambaia, falta de verdade, exoneração e eventual perseguição no HRAN, falta de EPIS, e quarteirização de serviços pelo IGESDF

Por Kleber Karpov

O deputado distrital, Jorge Vianna (Podemos), confrontou o Secretário de Estado de Saúde do DF (SES-DF), Francisco Araújo, durante reunião realizada na Câmara Legislativa do DF (CLDF)(21/Mai). Araújo foi convidado pelo presidente da Casa, Rafael Prudente (MDB), para prestar esclarecimentos sobre a atuação da SES-DF, em relação a pandemia do coronavírus (Covid-19), no Distrito Federal.

Na ocasião, Vianna questionou a postura de Araújo, por sugerir que ser incabível, à imprensa, contestar posicionamentos oficiais, por parte do Executivo. Posição essa, de recuo por parte do secretário, perante a CLDF. Para o deputado, “não cabe a um gestor público, no estado democrático [de direito], cercear qualquer tipo de questionamento”.

O parlamentar alertou Araújo, para a falta de celeridade por parte da SES-DF, no envio de posicionamentos em relação a questionamentos encaminhados, pelos parlamentares, seja por demora, ou pela falta de retorno. Cobranças essas, constantes, por parte de Vianna, enquanto deputado e, presidente da Comissão de Educação, Saúde e Cultura (CESC), da CLDF.

“A gente encaminhou vários e-mails para a secretaria de saúde, em todos os níveis, desde a Sugep [Subsecretaria de Gestão de Pessoas], até o secretário, Espero que seja respondido, porque enquanto não há resposta para a gente, e não poderemos sentar toda semana para ouvir de vocês, sejam mais acelerados na reposta, senão vamos cobrar sempre. O silêncio, faz com que fizemos mais incisivos nas cobranças.”, cobrou Vianna.

Proteção Individual

Em especial, Vianna confrontou Araújo, em relação as demandas que pedem esclarecimentos sobre a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). “O que me deixa chateado de verdade é quanto a Secretaria de Saúde manda sempre as mesmas respostas: – Tem EPI. Não tem EPI. Não tem porque eu já fui em vários hospitais.”, afirmou.

Responsabilidade

Vianna apontou ainda que, se houver confirmação de óbitos de servidores da saúde, ocasionadas por falta de EPIs, o deputado afirmou que deve responsabilizar o SES-DF. “Nós vamos responsabilizar, eu particularmente, o senhor, caso haja alguma morte de trabalhador na Secretaria de Saúde. O primeiro passo vai ser EPI.”.

Leitos de UTIs para Covid-19

O deputado questionou a exoneração da chefe da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Isso, após episódio de divergências de leitos naquela unidade, uma vez que Araújo apontou haver 20 disponíveis, enquanto servidores e a imprensa denunciaram, haver somente dez, denúncia essa que Vianna, constatou pessoalmente, haver outros 10, porém, ainda inoperantes e sem homologação, por parte do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), do Ministério da Saúde (MS).

“Tivemos um problema no hospital HRAN, com relação a exoneração uma diretora, a chefe da UTI Não ao conheço, não a conhecia, mas achei, depois de conversar com ela, que é uma pessoa muito competente. Aí, quando fui ver, fazer uma avaliação dos leitos que estavam sendo abertos, 10 leitos, e que o governo, a Secretaria de Saúde queria abrir, quando fui lá, vi que não estavam aptos, porque quiserem fazer o que fazem, um puxadinho.”, disse Vianna ao observar que além de não ser homologado pelo MS, pode causar prejuízos tanto aos pacientes quanto à SES-DF.

O deputado questionou, também, o remanejamento indiscriminado de servidores, de outras áreas, sem preparo para lidar com a Covid-19, para atender os leitos de UTIS do HRAN.

Perseguições

Ainda em relação ao HRAN, Vianna cobrou posicionamento do Secretário, sob demanda apresentada à SES-DF, em que questiona o motivo da exoneração da ex-chefe da UTI do hospital, para constatação se a motivação está relacionada a perseguição.

“A administração pública tem o poder discricionário de nomear e exonerar, mas tem que dizer qual foi o motivo, falar as razões. Pois me parece que foi perseguição e a gente jamais vai poder aceitar a exoneração, por conta de perseguições.”, enfatizou Vianna.

Quarteirização

O deputado questionou ainda, o motivo da falta de apresentação de metas, estipuladas na contratação do Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (IGESDF), além da quarteirização de serviços, por parte do, a exemplo da Radiologia e do Centro de Esterilização de Materiais (CME). “Por que o IGESDF está quarteirizando serviços? Não está dando conta, está saindo caro, o dinheiro pago para prestar os serviços, não está dando?”, questionou.

UPA Samambaia

Vianna cobrou ainda, que o IGESDF providencie treinamento aos profissionais de saúde lotados na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Samambaia, sobre a aplicação de protocolos de segurança de paramentação e desparamentação em relação ao uso de EPIs.

“Infelizmente vi o que jamais gostaria de ter visto. Capotes pendurados, fora da sala, pessoas usando luvas e abrindo portas com a mesma luva, está claro que a técnica foi quebrada em vários momentos.”, disse.

Vianna lembrou, também, a sugestão apresentada, pelo deputado, de instalação de exaustores, para promover a circulação de ar, de modo a reduzir a possibilidade de transmissão do coronavírus, caso se confirme a propagação do vírus, pelo ar.

Presidência do IGESDF

O parlamentar também alertou para a necessidade de nomeação do novo presidente do IGESDF, uma vez que houve troca, há mais de 60 dias, e desde os últimos 30, legalmente já deveria haver um novo presidente nomeado. Vianna lembrou que os atos do interino, a frente do instituto, podem ser questionados, perante a Justiça.

Resultado

Para Vianna, embora os deputados tenham levado preocupações ao secretario de saúde, as respostas por parte do gestor da SES-DF foram evasivas e deixou a desejar. “Na verdade, o secretário não respondeu nada de concreto. ele disse que os EPIs estão chegando. Questionamos, por exemplo, sobre a qualidade dos EPIs recebidos em forma de doação, se podem ser utilizados e podem evitar contaminação. Sobre a habilitação de leitos, mas eles simplesmente, não responderam.”.

Confira os questionamentos

 

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